O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
PASSADO
Como conviver
com o intocável
e inviolável passado
um passado tão presente
e sempre lembrado,
quase adorado e
ainda inacabado...
Queria que o passado,
não fosse presente,
mas apenas fosse passado...
queria eu,
com meu presente,
poder tornar o teu passado
um passado ultrapassado...
Neca
com o intocável
e inviolável passado
um passado tão presente
e sempre lembrado,
quase adorado e
ainda inacabado...
Queria que o passado,
não fosse presente,
mas apenas fosse passado...
queria eu,
com meu presente,
poder tornar o teu passado
um passado ultrapassado...
Neca
NOITE
Noite sem sono
que infinita se arrasta
e quase me mata de solidão...
Sem você o tempo é cruel
ele machuca...
olho o vazio,
nele não te vejo,
nem te sinto..
Difícil tarefa esta
de ser saudade
de ter saudade...
Neca
que infinita se arrasta
e quase me mata de solidão...
Sem você o tempo é cruel
ele machuca...
olho o vazio,
nele não te vejo,
nem te sinto..
Difícil tarefa esta
de ser saudade
de ter saudade...
Neca
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