domingo, 24 de fevereiro de 2008

De que Adiantaria?

De que Adiantaria?

Eudes Honorato

Nem sempre, algo distante está longe.
Nem sempre o que não se toca, não se tem.
Nem sempre o que não se vê, está oculto.
Se apenas o estar perto contasse,
Se apenas o tocar fosse a confirmação,
Se apenas os olhos pudessem ver...
De que adiantaria?



Nem sempre o falar é necessário.
Nem sempre o calar é de improviso.
Nem sempre o olhar é silencioso.
Se apenas gritar adiantasse,
Se permanecer quieto fosse essencial,
Se apenas teu olhar emudecesse...
De que adiantaria?



Nem sempre o que é meu está comigo.
Nem sempre controlo meu destino.
Nem sempre sou controlado por ele.
Se tudo me pertencesse,
o que mais alcançaria?
Se eu tudo controlasse
quem me controlaria?
Se apenas minha vida fosse o querer do destino
De que adiantaria?



O meu algo longe e perto,
O que toco até em meu sonho,
O que meu olhar clama em silêncio
Com lágrimas se preciso for.
O que o destino arquitetou e eu encontrei
O que me faz seguir adiante
mesmo com tantas perguntas
É apenas você,
a resposta que me é dada a cada dia.

SAUDADE DE TI


SAUDADE DE TI


Quanta saudade
Do teu cheiro, da tua voz
Do teu jeito meu de ser

De sentir os teus beijos, teus carinhos
E depois enlouquecer
Nessa paz que fica

De não ter tempo nem momento
De ser simplesmente
E fazer acontecer

De quase morrer
Num minuto de incerteza
Por amar mais que queria

Mas como controlar o que não sacia?
E para que calar o que já evidencia?
Aparências? Que sentidos elas tem
Se o amor não as pode ver

Ah! Que saudade de matar
Esse explosivo desejo
De querer até quase enlouquecer

E então sossegar num abraço
Infinitos segundos de reencontro
Para acalmar toda ânsia
E o desespero de não ter

Sugar cada gota desse momento
Para depois novamente
Querer e não poder

(Mirtes Aquino)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

QUERO VOCÊ


Quero você

em todas as luas,

toda nua,

toda tua...

Quero você

em todos os tempos,

a cada momento.

Quero você,

de todas as formas,

em todas as horas...

Quero você...



Neca

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Sentindo Você


Você passou por aqui...

No escuro do quarto na noite

Corpo e vento, luz luar

Meus espaços de repente

Te sentem aproximar

Cada pedaço de pele

Sente o toque da tua mão

Nos cabelos o carinho

Suave dos teus dedos

O corpo arrepia, delícia

Respiro pouquinho, um nada

Procuro até nem me mover

Só te sentindo passear

Brincando na minha pele

E na distância dos tempos

Paro e tento eternizar

O instante em que, mesmo ausente,

Você conseguiu me amar...


Teca®

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Vontade de você


Vontade de me mostrar
e contigo caminhar...
Descobrindo novas rotas,
e te desvendar...
Vontade do abraço,
me encaixo.
Vontade de te beijar...
saudade de te tocar...
Vontade de contigo estar
e novamente te amar.
Felicidade de ver,
do ter.
Vontade,
de você!!!
Neca

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O TEMPO


O tempo de uma vida

(Cora Coralina)

Não sei...
Se a vida é curta ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais,
Mas que seja intensa, verdadeira, pura...
Enquanto durar.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

DUST IN THE WIND -POEIRA NO VENTO






TRADUÇÃO
DUST IN THE WIND-POEIRA NO VENTO
Composição:Kansas

Eu fecho meus olhos
Só por um momento e esse momento se vai.
Todos meus sonhos
Passam diante dos meus olhos, uma curiosidade.
Poeira no vento
Tudo que eles são é poeira no vento.

A mesma antiga (ou velha) canção
Só uma gota d’água no oceano infinito.
Tudo que fazemos
Desintegra-se à terra, embora nós recusamos ver.
Poeira no vento
Tudo que nós somos é poeira no vento.

Não fique parado
Nada dura para sempre, só o céu e a terra.
Isso vai embora
Nosso dinheiro não vai comprar outro minuto.
Poeira no vento
Tudo que somos é poeira no vento (tudo que somos é poeira no vento).
Poeira no vento (tudo é poeira no vento)
Tudo é poeira no vento.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

OS EXCLUÍDOS


Ao contrário do que o título desta crônica possa sugerir, não vou falar sobre aqueles que vivem à margem da sociedade, sem trabalho, sem estudo e sem comida. Quero fazer uma homenagem aos excluídos emocionais, os que vivem sem alguém para dar as mãos no cinema, os que vivem sem alguém para telefonar no final do dia, os que vivem sem alguém com quem enroscar os pés embaixo do cobertor. São igualmente famintos, carentes de um toque no cabelo, de um olhar admirado, de um beijo longo, sem pressa pra acabar.

A maioria deles são solteiros, os sem-namorado. Os que não têm com quem dividir a conta, não têm com quem dividir os problemas, com quem viajar no final de semana. É impossíver ser feliz sozinho? Não, é muito possível, se isso é um desejo genuíno, uma vontade real, uma escolha. Mas se é uma fatalidade ao avesso - o amor esqueceu de acontecer - aí não tem jeito: faz falta um ombro, faz falta um corpo.

E há aqueles que têm amante, marido, esposa, rolo, caso, ficante, namorado, e ainda assim é um excluído. Porque já ultrapassou a fronteira da excitação inicial, entrou pra zona de rebaixamento, onde todos os dias são iguais, todos os abraços, banais, todas as cenas, previsíveis. Não são infelizes e nem se sentem abandonados. Eles possuem um relacionamento constante, alguém para acompanhá-los nas reuniões familiares, alguém para apresentar para o patrão nas festas da empresa. Eles não estão sós, tecnicamente falando. Mas a expulsão do mundo dos apaixonados se deu há muito. Perderam a carteirinha de sócios. Não são mais bem-vindos ao clube.

Como é que se sabe que é um excluído? Vejamos: você passa por um casal que está se beijando na rua - não um beijinho qualquer, mas um beijo indecente como tem que ser, que torna tudo em volta irrelevante - você inclusive. Se lhe bate uma saudade de um tempo que parece ter sido vivido antes de Cristo, se você sente uma fisgada na virilha e tem a impressão que um beijo assim é algo que jamais se repetirá em sua vida, se de certa forma este beijo que você assistiu lhe parece um ato de violência - porque lhe dói - então você está fora de combate, é um excluído.

A boa notícia: você não é um sem trabalho, sem estudo e sem comida - é apenas um sem-paixão. Sua exclusão pode ser temporária, não precisa ser fatal. Menos ponderação, menos acomodação, e olha só você atualizando sua carteirinha. O clube segue de portas abertas.
Martha Medeiros