sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade
Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,
aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Mário Quintana
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Martha Medeiros

terça-feira, 27 de novembro de 2007

FICA

Fica

A sensação fica...
Os dias passam...
Mas nenhum vão...
A vontade fica...
Encontrar novamente...
Levantar o pano...
Abrir a cortina ...
Correr riscos...
O humor refinado
A palavra dita...
A melodia muda...
A música cantada...
As imagens emolduram mensagens...
E a sensação fica...

Neca

quarta-feira, 21 de novembro de 2007


Poema da Gratidão

Oração Final – Por Divaldo Pereira Franco


Muito obrigado Senhor!
Muito obrigado pelo que me deste.
Muito obrigado pelo que me dás.

Obrigado pelo pão, pela vida, pelo ar, pela paz.
Muito obrigado pela beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que fitam o céu, a terra e o mar
Que acompanham a ave ligeira que corre fagueira pelo céu de anil
E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil.


Muito obrigado Senhor!
Porque eu posso ver meu amor.
Mas diante da minha visão
Eu detecto cegos guiando na escuridão
que tropeçam na multidão
que choram na solidão.

Por eles eu oro e a ti imploro comiseração
porque eu seique depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão!


Muito obrigado Senhor!
Pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro
A melodia do vento nos ramos do olmeiro
As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro!

Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais!
A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro.
E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro!

Pela minha alegria de ouvir, pelos surdos, eu te quero pedir
Porque eu sei
Que depois desta dor, no teu reino de amor, voltarão a sentir!


Obrigado pela minha voz
Mas também pela sua voz
Pela voz que canta
Que ama, que ensina, que alfabetiza,
Que trauteia uma canção
E que o Teu nome profere com sentida emoção!

Diante da minha melodia
Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia.
Eles não cantam de noite, eles não falam de dia.
Oro por eles
Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova
Eles cantarão!


Obrigado Senhor!
Pelas minhas mãos
Mas também pelas mãos que aram
Que semeiam, que agasalham.
Mãos de ternura que libertam da amargura
Mãos que apertam mãos
De caridade, de solidariedade
Mãos dos adeuses
Que ficam feridas
Que enxugam lágrimas e dores sofridas!

Pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias!
Pelas mãos que atendem a velhice
A dor
O desamor!
Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio!
E pelos pés que me levam a andar, sem reclamar!


Obrigado Senhor!
Porque me posso movimentar.
Diante do meu corpo perfeito
Eu te quero rogar
Porque eu vejo na Terra
Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar.

Eu oro por eles
Porque eu sei, que depois desta expiação
Na outra reencarnação
Eles também bailarão!


Obrigado por fim, pelo meu Lar.
É tão maravilhoso ter um lar!
Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for.

Que dentro dele, exista a figura
do amor de mãe, ou de pai
De mulher ou de marido
De filho ou de irmão
A presença de um amigo
A companhia de um cão
Alguém que nos dê a mão!

Mas se eu a ninguém tiver para me amar
Nem um tecto para me agasalhar,
nem uma cama para me deitar
Nem aí reclamarei.
Pelo contrário, eu te direi

Obrigado Senhor!
Porque eu nasci!
Obrigado porque creio em ti


Pelo teu amor, obrigado senhor!

sábado, 3 de novembro de 2007

Olha a miséria...

Olha a miséria... Olha a miséria que se arrasta sob os nossos pés.. As bocas famintas. A fome do mundo. Sente a ignorância de nossas mentes miseráveis da pior miséria : a miséria de vida, a miséria de idéias. Mentes vazias. Olhos cegos. A desgraça de um mundo tão perto de nós, e apenas olhamos, como a tela de TV, como um cinema, como algo que não nos atingisse. Somos miseráveis, poderosos impotentes, espectadores passivos do ocaso do mundo.

Cláudia Marczak

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

POEMA INACABADO




Você fica em minha vida
Como um poema inacabado
Como a Sinfonia
Beleza não finda
Porque soube ser começo
Mas não fim.

Você fica e eu sigo
Ou você segue e eu fico
Sempre desencontrados
Um buscando a estrada
O outro a direção.

E o fogo que arde aqui dentro
Magoa a mulher
Queimando a alma
Matando os desejos
Se apagando aos poucos.

Não acho poesia
Para terminar você!
Ai!... Como isso dói
De não saber Construir um fim!
De não ficar
Que a metade de mim!

E você fica assim
Como reticências
No fim de um poema.

E eu, desiludida
Sigo a vida
Com esse amargo na boca
Por não saber ter tido
A rima final.

letícia Thompson